Cooperativismo de plataforma

Nos últimos meses participei de diversas discussões sobre o chamado cooperativismo de plataforma. Os exemplos de cooperativas de plataforma ainda são poucos, mas o interesse crescente no tema – também no Brasil – indica que esse número irá aumentar nos próximos anos.

A referência é a chamada “economia digital” e o sucesso do Uber e AirBnB.

O desafio: como utilizar plataformas e tecnologias digitais para criar uma oferta de serviços (compartilhados) em bases cooperativas – sem exploração e precarização da mão obra característica do modelo de negócios do Uber e dos problemas derivados do uso do AirBnB por especuladores imobiliários.

O debate gira em torno das possibilidades, oportunidades e limites de empreendimentos cooperativos baseados em plataformas digitais.

Trata-se de uma evolução do modelo cooperativo tradicional por meio da utilização intensiva de tecnologia?

Ou seria uma nova forma de cooperativismo?

Em tempos de grandes mudanças – e incertezas em relação ao futuro – algumas perguntas nos ajudam a organizar essa reflexão:

O cooperativismo de plataforma é uma nova forma (digital) de organizar uma oferta de serviços de forma cooperada, superando as mazelas das atuais plataformas de compartilhamento?

Ou elas são cooperativas digitais criadas por uma comunidade de consumidores que cria uma solução própria para sua demanda por serviços?

Ou elas são tudo isso tudo junto e misturado, como sugerem alguns?

Em um Mundo com tantas mudanças, o que não muda quando falamos de cooperativismo?

O que caracteriza o modelo de negócio cooperativo – em todo Mundo e desde Rochdale – são os princípios cooperativos. Como eu sempre enfatizo em trabalhos de consultoria, palestras, aulas e artigos: o futuro do cooperativismo está em seus princípios.

As nascentes plataformas cooperativas representam uma estratégia elogiável de redução de custos, via eliminação de intermediários, e ampliação de benefícios para seus usuários. Sua consolidação como empreendimento cooperativo, com uso intensivo de tecnologias digitais, significaria uma grande contribuição para o movimento cooperativista.

Veja aqui artigo publicado no MundoCoop com uma boa introdução ao tema.

1 comentário

  1. JOSE AFONSO QUEIROZ em 2020-02-28 às 16:13

    O Cooperativismo de Plataforma segue os princípios de Rochdale, com a vantagem de que a gestão democrática pelos membros fica facilitada e mais qualificada no ambiente virtual.

    No caso do cooperativismo de crédito, falta apenas a homologação da assembleia virtual pelo BC.

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