O desafio da Educação Empreendedora no Brasil
O desafio da educação empreendedora no Brasil é, antes de mais nada, um desafio quantitativo representado pelos milhões de pequenos negócios já existentes em nosso país aos quais se juntam, diariamente, inúmeros outros.
Como levar educação empreendedora de qualidade e em grande quantidade para todo o território nacional?
É nesse cenário que emerge o desafio de atender ao exponencial aumento da demanda por capacitação empresarial sem o comprometimento da sua qualidade. Por isso, a forte ampliação das atuais iniciativas e instrumentos de educação empreendedora deve ter como um de seus vetores a busca da excelência na formação dos empreendedores. A excelência é um imperativo do ambiente de negócios e seu desenvolvimento, das oportunidades e desafios colocados pela conjuntura.
Mas o que é qualidade quando se trata de educação empreendedora?
De forma simples, direta e pragmática: a qualidade da educação empreendedora será tanto melhor, quanto maior for a sua capacidade de ajudar o empreendedor a desenvolver a sua atividade empresarial em bases competitivas e sustentáveis.
O duplo desafio de incremento da quantidade e da qualidade sugere uma estratégia que não se limite a expansão das atuais experiências de educação empreendedora em nosso país. Tanto quantidade sem qualidade, como qualidade sem quantidade não são soluções. Não basta fazer mais, é preciso também fazer melhor!
Uma forte ampliação dos instrumentos de educação empreendedora depende de políticas e recursos compatíveis com os volumes de investimentos necessários. Já o desafio do incremento da qualidade da educação empreendedora deve considerar os princípios do modelo andragógico, cujo pressuposto básico é de que a experiência é a melhor fonte de aprendizagem para os adultos, cuja motivação para o aprendizado resulta de suas necessidades e interesses.
Para além da perspectiva behaviorista, a qualidade da educação empreendedora tem em Schumpeter um importante referencial teórico, especialmente a distinção entre Wirt (o “empreendedor não dinâmico”, voltado primordialmente para a sobrevivência e estabilização de seu negócio) e empreendedor. A educação empreendedora, em suas estratégias de disseminação de conhecimento e desenvolvimento de habilidades e atitudes, deve levar em conta essas diferentes características e motivações.
Por último, mas não menos importante, deriva da sua relevância empírica a acuidade do instrumental teórico de Schumpeter como referencial para a modelagem da necessária proxyidentificadora das reais demandas dos proprietários de pequenos negócios por produtos e serviços no âmbito da educação empreendedora.
* Resumo de artigo publicado em
SANTOS, C. A. Desafios da educação Empreendedora: Revisitando Schumpeter. In: Santos, C. A. (Org.). Pequenos Negócios. Desafios e Perspectivas. Encadeamento Produtivo. Brasília: Sebrae, 2014, v. 4, p. 29-42.
Disponível no sítio: http://goo.gl/kDMq2B
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/o-desafio-da-educa%C3%A7%C3%A3o-empreendedora-brasil-carlos-alberto-dos-santos/